terça-feira, 10 de julho de 2007

Porto Alegre – Cada vez mais insegura para Investir

Higienopolitanos:

Segue artigo para análise, divulgação e conscientização.

Monika Naumann
Movimento Higienópolis Vive!

Porto Alegre – Cada vez mais insegura para Investir

Eng.º Fernando Luiz Motta dos Santos
(Contribuinte e Proprietário)

O que se busca numa moradia urbana são as melhores condições de vida e salubridade: insolação, ventilação com ar limpo, baixo nível de ruído ( conforto acústico), integração a natureza (arborização nas ruas, jardins e pátios com vegetação), serviços públicos (água, energia, esgotos, transporte). Logo, espera-se que o poder público aja no sentido de assegurar estas condições tanto aos atuais quanto aos futuros moradores.

A partir de 1988 todas as modificações nos Planos Diretores prejudicaram a salubridade dos proprietários de residências uni familiares, as populares casas. Não é pouca gente: representam bem mais de 50% dos lotes com uso residencial desta cidade. Todas estas pessoas estão sendo prejudicadas no investimento que fizeram. Estes são os reais investidores na cidade, pois dedicaram toda ou a maior parte de suas economias para adquirir sua casa própria; e pagam crescentes impostos por isso.
Mas como?

Sob o argumento que adensar, isto é colocar mais moradias na mesma área, seria mais “econômico”. Ora, para os empreendedores é compreensível o posicionamento. Sempre buscam o maior retorno. Porto Alegre está sendo tão boazinha para este segmento que atraiu diversos empreendedores de fora, inclusive do centro do país.

Mas todos sabemos que o adensamento aumenta a poluição do ar (mais veículos, fogões, aquecedores, etc. na mesma área), a poluição sonora, a impermeabilização do solo (exigindo obras como o Conduto Álvaro Chaves), reduz ou elimina a insolação e a vegetação. Exige investimentos adicionais em infra-estrutura – rede de água, esgoto, energia (as redes existentes foram dimensionadas e construídas para baixa densidade), além de estragar e desgastar ruas e avenidas, que em geral foram projetadas e construídas há 50 ou mais para uma densidade bem menor.

Ao privilegiar o adensamento nossa Prefeitura age em prejuízo dos moradores e dos investidores que, a luz do regramento então vigente, tomaram suas decisões de adquirir imóveis para moradia, tanto casas como apartamentos.

Incautos esquecem que a legítima opção por habitações coletivas (edifícios) traz custos adicionais, como condomínio, ar condicionado, isolamento acústico, etc. Assim, a “economia” que diz-se que o adensamento traz para a Prefeitura e que se existir é menor que o alardeado, traz é um aumento de custos para os moradores. Na realidade só há um ganhador: o empreendedor.

Este aumento de custos decorre da necessidade de instalar janelas acústicas, com custos da ordem de R$ 1.000,00 por janela, rachas em paredes e telhados decorrentes da construção de espigões na vizinhança, rompimento de redes de água e esgoto por trepidação causadas por “tráfego de avenida” em ruas secundárias, sem leitos e pavimentação preparados para tráfego pesado, bem como da necessidade de percorrer maiores trajetos em veículo para atingir outras partes do mesmo bairro (chegando a 3 vezes mais) devido às mãos únicas, resultantes também do adensamento.

Pessoalmente, estou tendo um prejuízo da ordem de R$ 50.000,00 em relação ao investimento que fiz em 1985, todo dentro das regras então existentes. Na realidade as mudanças do Plano Diretor arbitraram perdas e ganhos. As perdas, todas para os anteriores proprietários e moradores, os ganhos para os empreendedores e a Prefeitura.

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