terça-feira, 10 de julho de 2007

CIDADES PARA A VIDA!

Higienopolitanos:

Posto artigo encaminhado ao Jornal do Comércio pela Beth, a abordagem é bastante pertinente ao momento atual e a falta de visão de alguns, ou excesso sei lá, mas que levam a refletir sobre que cidade queremos para o futuro, obrigado a nossa colaboradora e orgulhosa "professora aposentada", que no meu entender está mais na ativa do que nunca!

José Henrique

Cidades para a Vida!

O Leitor Reinaldo B. Leiria ( Palavra do leitor - JC do dia 27/06/07) certamente não leu o artigo publicado neste jornal ,intitulado: "Cidades Para a Vida" do professor, engenheiro civil e agrônomo da UFRGS- Miguel Aloysio Sattler. (Jornal do Comércio de 09/05/07 pg. 4) . Transcrevo alguns trechos que retratam a realidade.
"...Mantidas as diretrizes do atual Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre, possibilitando prédios de até 52 m de altura, podemos antever um aprofundamento da degradação da qualidade de vida oferecida por diversos bairros, hoje considerados referenciais. Tal densificação certamente implicará em um aumento nos níveis de poluição aérea; na perda de acesso solar e de privacidade; na obstrução de brisas que trazem ar fresco e puro dos arredores para o interior da cidade; no aumento do tráfego de automóveis, até a saturação da capacidade de suporte das vias, acompanhado de congestionamentos crescentes e diminuição na segurança de pedestres e ciclistas; na ampliação das obras de infra-estrutura para condução das águas pluviais e cloacais e na diminuição dos índices de área verde por habitante, entre outros impactos.
Na falta de estratégias para, de pronto e de forma sistêmica, qualificar o ambiente urbano entendemos que o mais racional seria declarar vários dos bairros, hoje referenciais de qualidade de vida e infra-estrutura, em seu todo, como áreas especiaisde interesse cultural e ambiental, por sua condição de remanescentes de modelos de bairros saudáveis e para que não tivéssemos, no futuro, que investir na sua revitalização ou regeneração. Com eles preservados e servindo de referenciais, teríamos como orientar ações no sentido da reparação e implantação de inúmeros outros bairros. Poderíamos aspirar ter uma cidade verdadeiramente policêntrica, com um número crescente de bairros vibrantes, cheios de vida e estimulando a Vida! Com cada centro se qualificando ambientalmente e buscando, tanto quanto possível, a sua auto-sustentabilidade."
Na contra-mão da tendência mundial em preservar o Meio Ambiente, deparo-me com a visão simplista do engenheiro Reinaldo (Palavra do Leitor de 27/06/07) que exalta as vantagens de se construir edifícios cada vez mais altos e então estaremos nos equiparando a São Paulo, o melhor exemplo de caos urbano. Em nenhum momento ele refere-se à importância da preservação das áreas verdes, da memória dos bairros e da qualidade de vida dos seus habitantes. Afirmar que, a construção de imensas muralhas de concreto permitidas no atual Plano Diretor, é uma forma democrática de uso do solo e infra-estrutura, é uma falácia! Na minha rua de somente uma quadra pequena, têm vários edifícios com vários apartamentos à Venda ( um deles, de 11 andares , inteiramente à venda).
Os empreendedores querem o caminho livre para maximizarem os seus rendimentos, apoiados que estão no atual Plano Diretor. Se o Estado quer deixar tudo por conta do mercado também vai ter que definir quem vai ressarcir os danos e prejuízos que tais medidas permissivas ( atual PDDUA) vêm causando aos moradores destes bairros.
Elisabeth Karam Guimarães
professora aposentada

email: bethkaram@globo.com

2 comentários:

Nosso caos Brasileiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nosso caos Brasileiro disse...

Sinto que Porto Alegre esta cada vez mais entregue ao verdadeiro Deus nos acuda onde estamos fadados ao salve-se quem puder.
Incrivel hoje o poder do dinheiro nao respeita limites leis ou interesses das pessoas.